No Brasil, estima-se que até 20% da população seja acometida pela arritmia cardíaca, com cerca de 40 milhões de pessoas afetadas. Em um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas, em parceria com o Ministério da Saúde, foi constatada a ocorrência de mais de 320 mil mortes súbitas por ano decorrentes de arritmias cardíacas, representando 80 a 90% das mortes súbitas por problemas cardiovasculares. As arritmias podem ser benignas ou malignas e afetar pessoas de todas as faixas etárias. É importante estar atento aos sintomas e buscar a consulta periódica com um cardiologista para prevenção e tratamento adequados.
Principais pontos abordados neste artigo:
- Conceito de arritmia cardíaca
- Sintomas e diagnóstico
- Tipos de arritmias
- Tratamento e prevenção
- Cuidados para a saúde do coração
Principais conclusões:
- As arritmias cardíacas afetam até 20% da população brasileira.
- Pessoas de todas as faixas etárias podem ser afetadas por arritmias cardíacas.
- É importante buscar a consulta periódica com um cardiologista para prevenção e tratamento adequados.
- Os sintomas das arritmias cardíacas incluem palpitações, desmaios, tonturas e desconforto no peito.
- O diagnóstico é feito através de exames cardiológicos, como o eletrocardiograma.
- O tratamento das arritmias é individualizado, podendo incluir o uso de medicamentos e dispositivos cardíacos implantáveis.
- A adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos, é fundamental para a prevenção das arritmias cardíacas.
O que é uma arritmia cardíaca?
Uma arritmia cardíaca é uma alteração que ocorre na formação ou condução do estímulo elétrico do coração, podendo provocar modificações no ritmo cardíaco. O coração possui um sistema elétrico responsável pela contração muscular e pelo ritmo adequado dos batimentos cardíacos. O ritmo cardíaco normal é regular e depende da atividade que a pessoa está realizando, podendo variar entre 60 e 100 batimentos por minuto em repouso. Existem diversos tipos de arritmias, sendo as mais comuns a taquicardia (batimentos rápidos) e a bradicardia (batimentos lentos).
Sistema elétrico do coração
O coração é um órgão vital que funciona como uma bomba responsável por bombear o sangue para todo o corpo. Para que isso ocorra de forma adequada, o coração possui um sistema elétrico que controla o ritmo dos batimentos cardíacos. Esse sistema elétrico é composto por várias estruturas, incluindo o nó sinoatrial (SA), o nó atrioventricular (AV) e as fibras de Purkinje.
O nó sinoatrial (SA), localizado na parede do átrio direito, é conhecido como “marcapasso natural” do coração. Ele gera os impulsos elétricos que regulam o ritmo cardíaco. O nó atrioventricular (AV), localizado entre o átrio direito e o ventrículo direito, regula a condução dos impulsos elétricos entre as câmaras superiores e inferiores do coração. As fibras de Purkinje são responsáveis por transmitir os impulsos elétricos para as células musculares do coração, fazendo com que ocorra a contração e o bombeamento de sangue.
Quando ocorre uma arritmia cardíaca, esse sistema elétrico pode apresentar falhas na geração ou condução dos impulsos elétricos, levando a alterações no ritmo cardíaco. Essas alterações podem resultar em batimentos cardíacos rápidos, lentos ou irregulares.
Tipos de arritmias cardíacas
Existem diversos tipos de arritmias cardíacas, classificadas de acordo com a origem, frequência e ritmo dos batimentos cardíacos. Alguns exemplos de arritmias incluem:
- Taquicardia: é caracterizada por um ritmo cardíaco acelerado, com mais de 100 batimentos por minuto em repouso. Pode ser causada por diversos fatores, como estresse, ansiedade, exercícios físicos intensos ou problemas no sistema elétrico do coração.
- Bradicardia: é caracterizada por um ritmo cardíaco lento, com menos de 60 batimentos por minuto em repouso. Pode ser causada por problemas no sistema elétrico do coração, condições médicas subjacentes ou uso de certos medicamentos.
- Flutter atrial: é caracterizado por um ritmo cardíaco rápido e regular, entre 250 e 350 batimentos por minuto. Pode estar associado a doenças cardíacas, problemas na tireoide ou consumo excessivo de álcool ou cafeína.
- Fibrilação atrial: é caracterizada por um ritmo cardíaco rápido e irregular. É uma das arritmias mais comuns e pode aumentar o risco de complicações graves, como acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca.
É importante consultar um cardiologista para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado caso você apresente sintomas de arritmia cardíaca, como palpitações, falta de ar, tonturas ou desmaios. O acompanhamento médico é essencial para garantir a saúde do seu coração e evitar complicações.
Tipo de arritmia | Características |
---|---|
Taquicardia | Ritmo cardíaco acelerado, com mais de 100 batimentos por minuto em repouso |
Bradicardia | Ritmo cardíaco lento, com menos de 60 batimentos por minuto em repouso |
Flutter atrial | Ritmo cardíaco rápido e regular, entre 250 e 350 batimentos por minuto |
Fibrilação atrial | Ritmo cardíaco rápido e irregular |
Sintomas e diagnóstico das arritmias cardíacas
As arritmias cardíacas podem se manifestar de diferentes formas, e seus sintomas podem variar de uma pessoa para outra. No entanto, existem alguns sintomas comuns que podem indicar a presença de uma arritmia.
Os sintomas cardíacos mais comuns incluem palpitações, que são a sensação de que o coração está batendo rápido, irregular ou fora do ritmo normal. Além disso, algumas pessoas relatam sensação de batimentos lentos ou irregulares, desmaios, tonturas, confusão mental, fraqueza, pressão baixa e desconforto no peito.
É importante ressaltar que algumas arritmias podem ser assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas evidentes. Por isso, é fundamental estar atento a qualquer alteração no ritmo dos batimentos cardíacos e buscar a avaliação de um cardiologista caso haja alguma suspeita.
O diagnóstico de arritmias é realizado através de uma avaliação clínica cuidadosa, realizada por um cardiologista especializado. Durante essa avaliação, o médico pode solicitar a realização de exames cardiológicos para auxiliar no diagnóstico.
Um dos exames mais comumente utilizados é o eletrocardiograma (ECG), que registra a atividade elétrica do coração. Esse exame pode detectar alterações no ritmo cardíaco que podem indicar a presença de uma arritmia.
Além do ECG, outros exames cardiológicos complementares podem ser solicitados, dependendo da necessidade de cada paciente. Esses exames podem incluir ecocardiograma, holter de 24 horas e estudo eletrofisiológico intracardíaco.
O ecocardiograma é um exame de ultrassom que permite avaliar as estruturas e o funcionamento do coração, enquanto o holter de 24 horas é um dispositivo portátil que registra a atividade elétrica do coração ao longo de um dia completo. Já o estudo eletrofisiológico intracardíaco é um procedimento invasivo, realizado em ambiente hospitalar, que permite mapear e identificar as áreas do coração responsáveis pelas arritmias.
Tratamento e prevenção das arritmias cardíacas
O tratamento das arritmias cardíacas é uma abordagem personalizada, variando de acordo com o tipo e gravidade da arritmia. Um médico especialista em arritmias, conhecido como arritmologista, será capaz de determinar o tratamento mais adequado para cada paciente.
Existem diferentes opções de tratamento disponíveis, como o uso de medicamentos específicos, a ablação por cateter e, em casos mais graves, o implante de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis, como marca-passo (MP), cardioversor desfibrilador implantável (CDI) ou ressincronizador.
No entanto, além do tratamento específico para arritmias, adotar cuidados com o coração é fundamental para a prevenção de doenças cardíacas. Isso inclui manter uma alimentação saudável, evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco, cuidar de doenças crônicas como o diabetes, e evitar o estresse. A prática regular de atividade física moderada e a visita periódica ao cardiologista também desempenham um papel importante na manutenção da saúde do coração.