Hermafrodita: o que é, tipos e como identificar - Ezmedi

Hermafrodita: o que é, tipos e como identificar

hermafrodita como identificar

Tabela de conteúdos

O termo “hermafrodita” é amplamente conhecido, mas pouco compreendido no contexto médico e biológico. Atualmente, o uso clínico mais adequado é “intersexo”, um termo que descreve pessoas que nascem com características sexuais — cromossômicas, genitais ou hormonais — que não se encaixam nas definições típicas de masculino ou feminino. Neste artigo, vamos explicar o que é hermafroditismo, quais são os principais tipos de intersexo, como se dá o diagnóstico e quais caminhos existem para o cuidado da saúde dessas pessoas.


O que é hermafrodita?

Hermafrodita, na biologia, é o termo utilizado para descrever organismos que possuem órgãos sexuais tanto masculinos quanto femininos, como ocorre em algumas espécies de plantas, peixes e moluscos. No entanto, quando nos referimos a seres humanos, o termo é considerado obsoleto e impreciso.

Na medicina, usamos o termo intersexo para descrever condições congênitas nas quais uma pessoa nasce com variações no desenvolvimento dos órgãos sexuais ou características sexuais secundárias que não correspondem às normas tradicionais de masculino ou feminino.


Tipos de intersexo (hermafrodita)

A medicina reconhece diferentes formas de condições intersexo, divididas geralmente em três grupos:

1. Intersexo 46, XX (pseudo-hermafroditismo feminino)

A pessoa nasce com cromossomos femininos (XX), ovários e útero, mas com genitália externa virilizada, geralmente por exposição a altos níveis de andrógenos durante a gestação. Um exemplo é a hiperplasia adrenal congênita.

2. Intersexo 46, XY (pseudo-hermafroditismo masculino)

A pessoa tem cromossomos masculinos (XY) e testículos, mas apresenta genitália externa pouco desenvolvida ou aparência feminina. Pode ocorrer por síndrome de insensibilidade aos andrógenos ou deficiência enzimática.

3. Intersexo verdadeiro (hermafroditismo verdadeiro)

Essa condição extremamente rara ocorre quando há tecido ovariano e testicular presentes em uma mesma pessoa, podendo haver uma combinação de estruturas sexuais internas e externas.

4. Disgenesia gonadal

É quando as gônadas (ovários ou testículos) não se desenvolvem corretamente, levando a genitália ambígua ou subdesenvolvida. A síndrome de Turner (45,X) e a síndrome de Swyer (46,XY) são exemplos.


Como identificar: sinais e diagnóstico

O diagnóstico das condições intersexo pode ocorrer ao nascimento, na infância ou na puberdade, dependendo da manifestação dos sinais. Em alguns casos, não é possível identificar visualmente e o diagnóstico é feito apenas após exames laboratoriais e genéticos.

Principais sinais clínicos:

  • Genitália ambígua (clitóris aumentado ou micropênis)
  • Testículos não descidos ou ausência de útero em ultrassonografia
  • Puberdade atípica (falta de menstruação, desenvolvimento mamário em meninos)
  • Infertilidade inexplicada
  • Características hormonais fora do padrão

Exames recomendados:

  • Cariótipo (análise cromossômica)
  • Ultrassonografia pélvica
  • Dosagem hormonal (testosterona, FSH, LH, DHEA)
  • Ressonância magnética, em alguns casos

O que fazer após o diagnóstico para hermafrodita?

O tratamento depende do tipo de condição intersexo, da presença ou não de gônadas funcionais, da fertilidade e da identidade de gênero com a qual a pessoa se identifica. Em muitos casos, o cuidado é multidisciplinar, envolvendo:

  • Endocrinologista
  • Urologista e/ou ginecologista
  • Psicólogo
  • Geneticista
  • Equipe de apoio familiar

É importante ressaltar que não existe um “padrão ideal” que deva ser atingido por meio de cirurgias ou terapias hormonais logo no nascimento, a não ser em casos que envolvam risco à saúde. Hoje, as diretrizes recomendam que decisões irreversíveis sejam adiadas até que a pessoa possa participar de forma ativa do processo.


Questões éticas e sociais sobre hermafrodita

O debate sobre cirurgias genitais em bebês intersexo é intenso. Muitos defensores dos direitos humanos defendem que a criança deve ter o direito de decidir sobre seu corpo mais tarde, respeitando sua identidade de gênero e autonomia. Países como Alemanha, Austrália e Malta já possuem legislações específicas sobre o tema.

Além disso, o estigma social associado à condição pode gerar preconceito, isolamento e sofrimento psicológico, o que reforça a necessidade de educação pública, apoio psicológico e políticas de inclusão.


A condição conhecida popularmente como hermafrodita é hoje compreendida como parte do espectro intersexo, uma variação natural do desenvolvimento humano. Com acompanhamento médico adequado, acolhimento familiar e respeito à individualidade, é possível garantir qualidade de vida e bem-estar para pessoas intersexo.

Se você tem dúvidas sobre essa condição ou busca orientação médica, procure um profissional de saúde especializado em endocrinologia ou genética médica.

FAQ: Perguntas frequentes

1. O que é a condição de hermafroditismo verdadeiro?
É uma condição rara em que o indivíduo possui tanto tecido ovariano quanto testicular, podendo ter estruturas reprodutivas de ambos os sexos. Hoje é mais corretamente chamada de intersexo com gônadas ovotesticulares.

2. Hermafroditismo e intersexo são a mesma coisa?
Embora o termo “hermafrodita” ainda seja popularmente usado, o correto atualmente é “intersexo”, pois é mais preciso, respeitoso e aceito pela comunidade médica e científica.

3. A pessoa intersexo pode escolher seu gênero?
Sim. Sempre que possível, é recomendado que a escolha de intervenções médicas definitivas seja feita pela própria pessoa, em conjunto com profissionais especializados.

4. Como é feita a confirmação do diagnóstico?
Por meio de exames como cariótipo, avaliação hormonal, imagem por ultrassom ou ressonância e exames físicos realizados por médicos especializados.

5. Existe cura ou tratamento definitivo para o intersexo?
Não se trata de uma doença, mas de uma condição biológica. O tratamento é individualizado e visa oferecer bem-estar, saúde reprodutiva e apoio psicológico, respeitando a identidade da pessoa.

Compartilhe :

Artigos relacionados

Fale conosco

Preencha o formulário abaixo.